quarta-feira, novembro 19, 2008

COSTANGUEIRO III

A cidade do Lobito, como outras do país, transformou-se num pumar de obras. Quem a visita aprecebe-se com facilidade que estamos em fase de resconstrução nacional. Os pontos críticos da cidade em época chuvosa estão a beneficiar de obras de fundo. Não fosse o atraso e a incerteza das próprias obras, já que o pacato cidadão da revolução não dispõem de uma planta, tudo seria uma maravilha. Nesse particular, fica bem lembrar que São Pedro tem sido generoso por não ter aberto ainda as torneiras.
Se a maioria dos municípes fica ansiosa e contente com a qualidade das obras, malgrado o atraso, as incertezas e os transtornos do trânsito, os Costangueiros andam bastante tristes e a fazer contas a vida. Sem chuva; extintas as pontenciais possas de água ou lagoas em plena cidade, o seu ganha pão fica ameaçado. A probabilidade de transportarem os "passageiros" às costas, ajudando-os a atravessarem a pé as lagoas, em plena cidade, são cada vez mais remotas. Tudo isso, porque culpa das obras de reconstrução nacional que vão recuperando as estradas, esgotos e valas de drenagem.
A réstia de esperança que possuem é de rezar para que São Pedro abra as torneiras e atrapalhe o rítmo das obras, criando algumas lagoas, oportunidades para ganhar dinheiro. Caso contrário, é o fim do sub-emprego sazonal.
Até lá, mais uma profissão que fica arrumada nos arquivos para os historiadores.
Upindi Pacatolo

sexta-feira, maio 09, 2008

CUSTO SOCIAL DA BANCARIZAÇÃO DOS SALÁRIOS

De um tempo a esta parte, assiste-se a um movimento acelerado de bancarização dos salários da função pública. O banco escolhido para o desafio é o BPC, que se tem mostra estar há anos luz da empreitada.
Basta pensar que a província de Benguela possui nove municípios, dos quais apenas cinco ou seis estão contemplados com agências do BPC: Benguela, Lobito e Baía Farta (litoral) e Ganda e Balombo e talvez Cubal(interior). Até aqui, tudo é normal.
Mas se pensarmos que o Lobito possui apenas três agências para assistir os inúmeros professores, enfermeiros, polícias, militares, pensionistas e funcionários de outras repartições públicas mais os muitos do município do Bocoio, então a coisa muda de figura.
Já faz parte do quotidiano lobitanga passar pelas ruas das agências do BPC e ver filas humanas no exterior, a espera da sua vez de entrar e aguentar outra fila no interior do banco e depois ser atendido. Os trabalhadores podem esperar três a cinco dias para, finalmente, chegar o grande dia de levar o salário à casa. Quando tal acontece, muitos já faltaram ao seu dever profissional vezes sem conta.
O resultado é bastante agressivo para a sociedade: crianças que ficam sem aulas; aumento das horas de espera no hospital e noutras repartições públicas; diminuição do poder de compra porque os dias de espera vão consumindo o próprio salário e se pensarmos naqueles trabalhadores que caminham mais de 100kms e têm de acampar algures no Lobito, então o problema mais que se agudiza.
Quando questionados sobre o problema, os responsáveis bancários escudam-se no velho jargão: falta de cultura bancária dos clientes!!! Descubriram a causa do problema. Como fica a escassez de agências? Com mais agências, a falta de cultura bancária será ainda uma explicação válida?
Francamente!!!Francamente!!!Francamente!!!!
Melhor seria aceitar a sua ineficiência e abraçar a proposta do Governo: permitir que alguns bancos privados habilitem-se ao processamento dos salários da função pública até o BPC ter capacidade à altura da empreitada.
Até lá, coragem!!!
Força!
Upindi Pacatolo

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

UM POUCO DE LUZ

Chega ao fim o segundo mês de 2008 e com ele a vontade de continuar a escrever. Espero que desta vez seja para ficar com alguma regularidade aceitável.
O país soma e segue com sinal mais na estabilidade macroeconómina e no crescimento da economia. A estabilidade política vai sendo uma realidade. Com o anuncio das eleições legislativas para 5 e 6 de Setembro, os partidos políticos vão arrumando a casa para estarem prontos.
Nesse capítulo especial, precisamos aprender com os erros de 1992 e os acontecimentos recentes do Kenya. Quando líderes sem escrúpolos querem satisfazer os seus desejos sem medir meios, o povo paga muito caro. Então, que haja um esforço concertado e elevado para termos um pleito eleitoral de que nos possamos orgulhar é o nosso voto.
Atenção aos líderes predadores. Como se diz por cá «o sandji yomeke yipayela ava valya!!!»
Até breve!!!
Upindi Pacatolo