sexta-feira, maio 09, 2008

CUSTO SOCIAL DA BANCARIZAÇÃO DOS SALÁRIOS

De um tempo a esta parte, assiste-se a um movimento acelerado de bancarização dos salários da função pública. O banco escolhido para o desafio é o BPC, que se tem mostra estar há anos luz da empreitada.
Basta pensar que a província de Benguela possui nove municípios, dos quais apenas cinco ou seis estão contemplados com agências do BPC: Benguela, Lobito e Baía Farta (litoral) e Ganda e Balombo e talvez Cubal(interior). Até aqui, tudo é normal.
Mas se pensarmos que o Lobito possui apenas três agências para assistir os inúmeros professores, enfermeiros, polícias, militares, pensionistas e funcionários de outras repartições públicas mais os muitos do município do Bocoio, então a coisa muda de figura.
Já faz parte do quotidiano lobitanga passar pelas ruas das agências do BPC e ver filas humanas no exterior, a espera da sua vez de entrar e aguentar outra fila no interior do banco e depois ser atendido. Os trabalhadores podem esperar três a cinco dias para, finalmente, chegar o grande dia de levar o salário à casa. Quando tal acontece, muitos já faltaram ao seu dever profissional vezes sem conta.
O resultado é bastante agressivo para a sociedade: crianças que ficam sem aulas; aumento das horas de espera no hospital e noutras repartições públicas; diminuição do poder de compra porque os dias de espera vão consumindo o próprio salário e se pensarmos naqueles trabalhadores que caminham mais de 100kms e têm de acampar algures no Lobito, então o problema mais que se agudiza.
Quando questionados sobre o problema, os responsáveis bancários escudam-se no velho jargão: falta de cultura bancária dos clientes!!! Descubriram a causa do problema. Como fica a escassez de agências? Com mais agências, a falta de cultura bancária será ainda uma explicação válida?
Francamente!!!Francamente!!!Francamente!!!!
Melhor seria aceitar a sua ineficiência e abraçar a proposta do Governo: permitir que alguns bancos privados habilitem-se ao processamento dos salários da função pública até o BPC ter capacidade à altura da empreitada.
Até lá, coragem!!!
Força!
Upindi Pacatolo